«Tendo-se
tornado raríssima – e quase exclusivamente por conta de editoras universitárias
– a edição de livros de crítica literária, surpreende, à primeira vista, que a
Quetzal edite um livro de um crítico inglês, James Wood, que vive na América e
escreve para publicações como “The New Yorker” e “The New York Review of Books”.
Bons motivos de regozijo se ofereceriam em tal iniciativa se ela não fosse um
sintoma eloquente do estado miserável – disfarçado de cosmopolitismo – da república
das letras.
[…]
Em
suma: aquilo que faz com que um João Tordo e um José Luís Peixoto sejam
internacionalmente premiáveis, enquanto uma Agustina e uma Maria Velho da Costa
nunca conseguiram sair, mesmo quando traduzidas, do seu lugar minoritário.»