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A sua [de Nuno Crato] batalha contra o “eduquês” baseou-se num método comum e eficaz, quando o alvo é um público de espectadores: consiste em encontrar um adversário-fantasma e dar-lhe um nome. A escola e os programas de ensino tinham e têm problemas. Mas aquilo a que Crato e a constelação onde ele brilhou chamaram “eduquês” nunca passou de um diagnóstico superficial, muitas vezes errado, sempre demagógico.
A sua [de Nuno Crato] batalha contra o “eduquês” baseou-se num método comum e eficaz, quando o alvo é um público de espectadores: consiste em encontrar um adversário-fantasma e dar-lhe um nome. A escola e os programas de ensino tinham e têm problemas. Mas aquilo a que Crato e a constelação onde ele brilhou chamaram “eduquês” nunca passou de um diagnóstico superficial, muitas vezes errado, sempre demagógico.
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Desta constelação
de novos “realistas”, o elemento mais caricato, aquele que a revela em toda a
sua mediocridade — e que, como não podia deixar de ser, integra o novo Conselho
Científico — é João Carlos Espada, uma versão dura do “realismo” cratiano.
[…]
O novo realista
só encontra conforto e segurança nas proposições dogmáticas do senso comum, da doxa (a opinião,
pois claro) e por isso está sempre a chamar à ordem quem delas se afasta. O seu
gesto preferido consiste em agitar espectros porque os argumentos de que dispõe
e que repete exaustivamente só valem contra um adversário fantasma e não servem
para nenhum verdadeiro debate. Um Conselho Científico das Ciências Sociais e Humanas que
integra o João Carlos Espada vale, em si mesmo, como um programa de
investigação.»