segunda-feira, 23 de julho de 2012

A arrogância e a obsessão construtivista de Maria Helena Mira Mateus

«Basta ler a resposta que Maria Helena Mira Mateus, eminente linguista e professora catedrática, deu a um artigo de Teolinda Gersão (ambos publicados no “Público”), em que a escritora criticava o deslumbramento com que os programas de Português debitam abundantes e complexos conceitos e categorias gramaticais (em tal grau que eles se anulam nos seus próprios fins), para percebermos a arrogância de quem tem tido alguma responsabilidade na disciplina. Com os resultados que estão à vista. Uma metáfora arquitectónica é recorrente no texto de M.H.M.M.: por três vezes fala em “construção”, a última delas para se referir aos elementos com que a língua “se constrói”. Esta obsessão construtivista tem um objectivo: mostrar que é preciso saber identificar, nomear e categorizar os elementos e as operações linguísticas e que sem esse saber os alunos estariam completamente desarmados para o conhecimento de tudo o que diz respeito à língua escrita e falada. […]»