sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Por favor, doutor António Costa,

não ofenda mais o dicionário. O senhor classificou em público, por 60 vezes nos últimos cinco dias, como «inequívocos» vários factos que a semântica inequívoca dos factos não consente. Poupe-nos a essa inequivocidade disentérica!
E, favor maior, meta com urgência no seu horário — agora que está em vias de presidir à governação — umas horitas de terapia da fala e da dicção.
Aprenda pelo menos a dizer constitucional e institucional. Pare de envergonhar a gramática dos seus cargos públicos e a língua portuguesa!
Muito obrigado.
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António Costa, aos jornalistas, no Palácio de São Bento pelas 16:50 de sexta-feira, 23.Out.2015:
«Eu acho que esta primeira votação na Assembleia da República expressou de forma inequívoca que a vontade maioritária que os portugueses expressaram nas urnas...
[...]
Os portugueses nas urnas foram inequívocos ao dizerem que querem uma nova orientação política. 
[...]
A vontade que os portugueses depositaram na maioria dos seus representantes teve a possibilidade de se exprimir de uma forma inequívoca na eleição de um novo presidente da Assembleia da República*.
[...]
Nenhum partido político com representação nesta Assembleia da República tem os seus direitos conchtucionais diminuídos.
[...]
Vam-lá-ver: há pessoas que têm mau perder.
[...]
essa maioria tem de ser respeitada e deve poder ter a expressão inchtucional que a legitimidade democrática lhe confere.»

* Ferro Rodrigues, 120 - 52%; Fernando Negrão, 108; em branco, 2.
Tenho de dizer: a minha simpatia por Fernando Negrão é zero.