segunda-feira, 16 de novembro de 2015

De quem é a TAP?

Dos seus donos. E é certamente dos que dela, nela e para ela vivem; dos que nela trabalham.
A TAP não é, a partir de agora, total ou maioritariamente do Estado, como foi de 1945 a 1952, deixou de ser em 1953 e voltou ser em 1975.
A TAP, a melhor e mais bonita companhia aérea do mundo, tem sido um milagre de sobrevivência. Convém não abusar. 
A TAP não pode ser dos que a parasitam.
A TAP não é do senhor hífen Pedro Vasconcelos.
A TAP não é do Bloco de Esquerda.
A TAP não é do PEV.
A TAP não é do PS*.
A TAP — «A TAP É NOSSA», SITAVA, 13.Nov.2015 — não é, sobretudo, do Partido Comunista Português que nela mantém um fervoroso e vicejante braço sindical por conta da redenção marxista-leninista que tanta prosperidade tem feito florescer no Tempo e na História. 

Na passada sexta-feira, estive no grande refeitório da TAP, lotado, na apresentação aos trabalhadores de Humberto Pedrosa e de David Neeleman, detentores desde 12.Nov.2015 de 61% do capital da empresa. Senti perpassar por ali uma aragem de esperança e durante duas horas quis crer e confio — santa ingenuidade? — em que aqueles senhores não têm de ser, e não serão, mais dois filhos da puta-exploradora-plutocrata do capitalismo sem escrúpulo.
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* «Relativamente à TAP, […] no nosso programa eleitoral consta que não poderão ser alienados mais de 49% da TAP**. É uma solução desejada por todos***. Incluindo os compradores***. 
[…]
Não há nenhuma relação entre a titularidade do capital e o que será necessário fazer na TAP para assegurar a sua viabilidade.****»

** Respire fundo e conte até trinta, doutor António Costa. Lembre-se e conforme-se com Marguerite Yourcenar, sábia e prodigiosa fufa: «... o passado, sobre o qual nada podemos ...» [... le passé, sur lequel nous ne pouvons rien ...]
*** O doutor António Costa está mal informado.
**** Jura que não há?
Tenha juízo, doutor António Costa. E já agora, que esquisitice vem a ser essa do novo ministério? MiPlInfra?!... O que é que tem contra as obras públicas?