Como se não fosse suficientemente penosa a contagem dos mortos e dos feridos de Paris, vai por aí uma trupe de plumitivos — sabe-se lá se deformados no ISCAL … — que porfia em contabilizá-los.
Surpreende-me que até Carlos Vaz Marques, jornalista, editor e professor universitário que prezo, tenha recorrido ao ábaco. Passavam dois minutos da meia-noite:
«Já estão contabilizados nesta altura cerca de cento e trinta mortos.»
Cerca de uma hora depois, em Carnaxide, a perplexidade:
«Devo dizer que há coisas que me deixam perplexas, me deixam muito perplexas; há duas coisas que me deixam muito perplexas.» [sic, sem que se auto ou alguém a corrigisse.]
Entretanto, sem surpresa,
«Volto a reafirmar com vigor que o caminho da violência e do ódio não resolve os problemas da humanidade, e que utilizar o nome de Deus para justificar este caminho é uma blasfêmia. […] Confiamos à misericórdia de Deus as vítimas indefesas desta tragédia.»*
Tá bem, abelhinha.
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* ... «misericórdia de Deus», o omnipotente — Allahu Aqbar! —, infinitamente bom, amoroso e justo Deus de Abraão, de Abdool Karim Vakil e do Papa Francisco, o tal Deus que não mexeu um dedo pelas «vítimas indefesas» e não impediu o dedo no gatilho dos assassinos.
O quê?, Deus não tem dedos? Ai isso é que tem, que eu bem lhos vejo...
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* ... «misericórdia de Deus», o omnipotente — Allahu Aqbar! —, infinitamente bom, amoroso e justo Deus de Abraão, de Abdool Karim Vakil e do Papa Francisco, o tal Deus que não mexeu um dedo pelas «vítimas indefesas» e não impediu o dedo no gatilho dos assassinos.
O quê?, Deus não tem dedos? Ai isso é que tem, que eu bem lhos vejo...