«A ideia não será popular, mas não seria esta a ocasião para se introduzir uma transparência total nas redes sociais acabando com o anonimato?»
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A nova ordem está na fresquíssima secretária de Estado da Igualdade ou da Fraternidade, que em tempos explicou no Facebook: Como sabem eu [sic] não tenho por hábito fazer sensura [sic], mas não tulero [sic] insultos (...). E está no sensor, perdão, censor que saltitou da ERC para a tropa, com escala pedagógica a norte. E está na sugestão do Sr. Seixas da Costa, personalidade conhecida por zelar pela educação parisiense do Eng. Sócrates e por se indignar com a falta de "estrelas" Michelin em Portugal: A ideia não será popular, mas não seria a ocasião para se introduzir uma transparência total nas redes sociais acabando com o anonimato? E está no assombroso Dr. Ferro. E no nobilíssimo Dr. César dos Açores. E em sujeitos que passeiam títulos e pêlos nas orelhas em simultâneo. Quem é essa gente, Deus do céu?
[...]»
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ao ler na net um jornal lisboeta de hoje, verifico que, finalmente, um certo cromo, dos que me faltava* na minha galeria de adversários políticos, finalmente me arremessa uma farpa, num seu artigo semanal. Já tinha quase todos na minha "colecção" particular (se o leitor detecta algum gozo no que ora escrevo, tem alguma razão para isso) mas este nunca mais aparecia. Pronto, quebrou-se hoje o enguiço, ufh!
Por que fui atacado? Aparentemente por eu ter lançado, noutro espaço informático, a ideia (pelos vistos tenebrosa e atentatória das liberdades) de que deveria acabar-se em absoluto com o anonimato na internet. Essa proposta "radical" de propor que quem faz uma afirmação ponha o seu nome real por baixo, sem refúgio em pseudónimos ou iniciais equívocas, é, pelos vistos, altamente sinistra. Cá para mim, quem não deve não teme - embora imagine que seja muito "corajoso" e cómodo insultar e caluniar os outros, sem mostrar a cara.
Vá lá que o cromo assina todos os artigos, o que só lhe fica bem.»
Sucede que...
Pontificando entre os três ou quatro melhores colunistas da comunicação social portuguesa, Alberto Gonçalves, sem que precisemos de aderir ao que defende ou alinhar no que zurze [não raro discordo dele], serve-nos ao domingo e à quinta-feira, no Diário de Notícias e na Sábado, prosa de urdidura gramatical irrepreensível, bênção nos tempos que correm, impregnada de tal comicidade e ironia que nem Ricardo Araújo Pereira, o melhor dos sardónicos mais novos, nem Vasco Pulido Valente (mansuetude dos 70?), o melhor dos senadores cáusticos — revejo "de ouvido", sem pensar muito, os ases do género — logram com tão abundante e depurado alcance. A escrita de Alberto Gonçalves é um requinte de gozo.
Já o nosso bem instalado e próspero antigo embaixador, de multímodos mesteres, escreve, ainda que escorreito, apenas sofrivelmente. Discurso atilado demais para o meu gosto, que lhe frequento regularmente os vários estaminés onde oficia. Neste concreto acto de desprezo por Alberto Gonçalves, soa sobranceiro e feio que Seixas da Costa, paladino da lisura e da transparência, não tenha identificado o "cromo" nem o "jornal lisboeta"; além de que * bom português é «dos que me faltavam» e não «dos que me faltava». O que só lhe fica mal.
Mas estou de acordo com o que, por exemplo, diz hoje Francisco Seixas da Costa do exame do quarto ano e da prova de avaliação dos professores.
Acompanhei, através da televisão da AR, o debate de 27 de Novembro sobre a matéria.
Que Partido Socialista é este, cujo secretário-geral, agora Primeiro-Ministro, empanturra a conversa de Ciência e Conhecimento, Ciência e Conhecimento, Ciência e Conhecimento, que sucumbe à chantagem trauliteira do pulmão leninista por que o Governo sobrevive no Parlamento, diabolizando pateticamente uma boa ideia sua consubstanciada na lei em 2007 e 2008 e participando sem um pingo de vergonha e com lastimoso masoquismo na opereta rasca dirigida pelo real e perene ministro da tutela, Mário Nogueira, cuja bigoduda batuta ali se pressentiu do primeiro ao último minuto da argumentação dos que não se incomodam com que os candidatos a ensinar os nossos filhos asneiem na aritmética rudimentar ou não consigam, no Português, distinguir "levastes" de "levaste", "levaste" de "levas-te"?
Algo me diz que a este cambrídgico moço, de quem não se conhece uma ideia sobre instrução pública, faltarão os tomates com que Maria de Lurdes Rodrigues, honra lhe seja, enfrentou o senhor professor Mário Nogueira durante quatro anos. Por isso, para acalmar a FENPROF e não perder tantos votos, Sócrates a rendeu em 2009 por uma alçada libelinha...
Com nem 24 horas de um tempo novo, a sessão parlamentar a que assisti na sexta-feira assemelhou-se a exéquias comiserativas da decência. A questão "técnica" da inconstitucionalidade não passa de poeira para olhos ingénuos.
O sindicato recrudesce, o ensino deliquesce.
Plúvio, e se fosses rimar para outro lado?
Já o nosso bem instalado e próspero antigo embaixador, de multímodos mesteres, escreve, ainda que escorreito, apenas sofrivelmente. Discurso atilado demais para o meu gosto, que lhe frequento regularmente os vários estaminés onde oficia. Neste concreto acto de desprezo por Alberto Gonçalves, soa sobranceiro e feio que Seixas da Costa, paladino da lisura e da transparência, não tenha identificado o "cromo" nem o "jornal lisboeta"; além de que * bom português é «dos que me faltavam» e não «dos que me faltava». O que só lhe fica mal.
Mas estou de acordo com o que, por exemplo, diz hoje Francisco Seixas da Costa do exame do quarto ano e da prova de avaliação dos professores.
Acompanhei, através da televisão da AR, o debate de 27 de Novembro sobre a matéria.
Que Partido Socialista é este, cujo secretário-geral, agora Primeiro-Ministro, empanturra a conversa de Ciência e Conhecimento, Ciência e Conhecimento, Ciência e Conhecimento, que sucumbe à chantagem trauliteira do pulmão leninista por que o Governo sobrevive no Parlamento, diabolizando pateticamente uma boa ideia sua consubstanciada na lei em 2007 e 2008 e participando sem um pingo de vergonha e com lastimoso masoquismo na opereta rasca dirigida pelo real e perene ministro da tutela, Mário Nogueira, cuja bigoduda batuta ali se pressentiu do primeiro ao último minuto da argumentação dos que não se incomodam com que os candidatos a ensinar os nossos filhos asneiem na aritmética rudimentar ou não consigam, no Português, distinguir "levastes" de "levaste", "levaste" de "levas-te"?
Algo me diz que a este cambrídgico moço, de quem não se conhece uma ideia sobre instrução pública, faltarão os tomates com que Maria de Lurdes Rodrigues, honra lhe seja, enfrentou o senhor professor Mário Nogueira durante quatro anos. Por isso, para acalmar a FENPROF e não perder tantos votos, Sócrates a rendeu em 2009 por uma alçada libelinha...
Com nem 24 horas de um tempo novo, a sessão parlamentar a que assisti na sexta-feira assemelhou-se a exéquias comiserativas da decência. A questão "técnica" da inconstitucionalidade não passa de poeira para olhos ingénuos.
O sindicato recrudesce, o ensino deliquesce.
Plúvio, e se fosses rimar para outro lado?