quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Fina flor - pressão, interferência

Ontem, 03.Dez.2019, acompanhei com atenção miudinha as audições de gente da RTP, na Comissão Parlamentar de Cultura e Comunicação, acerca do adiamento forçado, de antes para depois das eleições legislativas de 06.Out.2019, do programa "Sexta às 9", transmitido em 18.Out.2019, em que se apuravam umas merdas com governantes e compinchas de governantes em torno do negócio do lítio transmontano.

As explicações desassombradas de Sandra Felgueiras, autora do programa, cimentaram a minha convicção de que
- quem ditou o adiamento sem razão expressa plausível foi a direcção de Maria Flor Pedroso, de resto no uso inquestionável do seu poder;
- o que ditou o adiamento foi a inconveniência política, com adivinháveis estragos nas ambições eleitorais do PS se o programa fosse transmitido em altura pré-eleitoral.

Depois de Sandra Felgueiras foi a vez de Maria Flor Pedroso:
«[...] Eu trabalho no jornalismo político há 26 anos. [...] O jornalismo político é um jornalismo em que nós somos pressionados constantemente por fontes várias. Interferência?! Seria coisa que eu jamais toleraria. [...] Interferência? acho que é quase insultuoso para mim ouvir essa pergunta.* [...]»

Nos últimos 25 anos, em que venho seguindo na rádio e na televisão o trabalho jornalístico de Maria Flor Pedroso, mantive apreço por ela. Até ontem, em que insultou a inteligência de quem a escutava. Vá ver se chove. Aqui é sempre.

Maria Antónia Palla, mãe de António Costa, nascido em 1961, casou em 1974, em terceiras núpcias, com o coronel do Exército Manuel Pedroso Marques, irmão do tenente da Marinha Victor Marques Pedroso — temos os nomes trocados —, falecido em 1969, pai de Maria Flor Pedroso. Não faltam motivos para que a sobrinha do padrasto de António Costa, nascida em 1964, directora de Informação da RTP desde Outubro de 2018, se dê afectuosamente com o primeiro-ministro; e não é pecado.
Já São José Almeida, redactora principal no Público, contara em 24.Nov.2014, na ramalhuda "Árvore de António Costa", que foi Maria Flor Pedroso quem chamou a atenção de António Costa para o repelente Pedro Silva Pereira que haveria de ser apresentado por AC ao grão-trafulha José Sócrates.
Nada de mal, tudo natural, o mundo é uma ervilha. Todavia, confesso que quando as audições de ontem terminaram tive de pôr as janelas em corrente de ar tais eram os eflúvios do «caldeirão de incestuosa imundície» de que aqui falei.  **

Entretanto, o Eremita lança-me repto jocoso: "Deus, Ventura e a gramática".
Caro Eremita, eu é mais gamártica. De qualquer modo, a prosa soa indigesta, com maiúsculas a mais e uma exclamação estapafúrdia. Quanto à concordância nas enumerações de géneros diferenciados — acho piada e cabimento aos 201 gatos incluindo o cão, de Edite Prada —, pedisse o doutor Ventura ajuda à doutora Joacine e ela, mulher de amor, decerto o livraria do embaraço: «o discernimento, a lucidez e a força necessári@s» e não se falava mais nisso. No mais, quero que o Chega se foda.
Abraço retribuído.
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* Afinal, até no papel de singelo e eterno aprendiz que o acaso me atribuiu também eu vivo sujeito a pressão permanente, desde logo a arterial, e, sendo certo que não tomo nenhuma decisão sem que o meu pensamento e o meu sangue interfiram, jamais toleraria que, por exemplo, o querido primo Franquelim interferisse de fora no presente que lhe vou dar no Natal. Nem ele precisa de interferir nem eu preciso de que ele interfira: sei do que ele gosta, sei o que o pode desgostar, o coração não se engana e o pensamento ... concorda.

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Amigo Plúvio, como é que sabe tantas coisas da vida das pessoas?
Passo o tempo a revolver ecopontos e homo sum, humani nihil a me alienum puto. Mas não fui eu, não pense, que encontrei o filho da Sara. Não quero complicações com o Marcelo e até se me arrepiava o timo se me pusessem um microfone da CMTV à frente...
Cuscar sobre a vida das pessoas tem algum interesse?
Depende. Por exemplo, estive para contar que Maria Flor Pedroso é casada com o grandíssimo artista Henrique Cayatte — tenho falado dele —, mas isso não interessava nada.
Concordo.
Concorda com quê?
Com Henrique Cayatte ser um dos melhores designers portugueses e com pouco interessar que viva com Maria Flor Pedroso. Mas já agora, amigo Plúvio, porque se esconde tanto, porque conta tão pouco de si?
Começo a ficar careca de me contar.
Fogo, amigo Plúvio, também não era preciso tanto.
Falta o telemóvel. Para isso vá ao 1820.