sábado, 5 de dezembro de 2020

Desminto e esclareço Pedro Santana Lopes

Bernardo Ferrão [SIC/Expresso]:
Pedro, como é que ouviu estas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa? 
Pedro Santana Lopes:
É um assunto muito melindroso. Pessoalmente — obviamente que quem decide são os tribunais, quem investiga é a polícia —, nunca tive dúvida, pessoalmente, de que tenha sido atentado. Foi um atentado. Só quero sublinhar isto, que não é um dado de sabedoria popular mas básica: até hoje, no aeroporto da Portela*, graças a Deus** não caiu nenhum outro, nem antes nem depois. A questão se era dirigido a Sá Carneiro ou a Amaro da Costa é outra matéria.

Repare nesta campa, doutor Pedro Santana Lopes. 
Pelas 11h10 de terça-feira, 12 de Julho de 1988, Pelagia Teresa Majewska, cidadã polaca de 55 anos, piloto de aeronaves, morria em Lisboa ao comando de um Dromader, monomotor de fabrico polaco, que se despenhou instantes depois da descolagem, a exemplo do que no mesmo local sucedera sete anos e meio antes ao Cessna da fábula camaratiana.


Nada consta quanto a possível sabotagem ou atentado, mas nunca é de fiar: o papa polaco da altura, Karol Józef Wojtyla, também tinha os seus inimigos...
Ainda assim, para sossego da Polónia e do planeta, nem Augusto Cid se empenhou na busca da verdade nem Ricardo Sá Fernandes foi procurado por nenhum familiar da vítima.

Enfim, Pedro Santana Lopes nunca primou por credibilidade evidente. Por manifesta credulidade, lá isso, decerto.
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** Os desígnios de Deus são insondáveis.