segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Uma velha e consagrada jornalista e a ecologia em Portugal

«Os primeiros ecologistas foram todos conotados com o Partido Comunista. E portanto eram comunistas infiltrados e não tinham nenhuma preocupação ecológica, tinham uma preocupação política de reduzir os países onde eles estavam instalados ao sistema comunista. Lembro-me perfeitamente disto. Portanto, as pessoas tinham vergonha de dizer que se preocupavam com o meio ambiente. As primeiras associações de ecologistas eram praticamente clandestinas. E eu que fui das primeiras pessoas com consciência ecológicatenho absoluta certeza disso; estamos a falar dos anos 80 — e era uma vergonha, não se podia dizer em parte nenhuma porque era: é um hippie, é um drogado, é um comunista»

A  e portanto dito isto devo dizer não tenho a menor dúvida etc. doutora Clara Ferreira Alves não sabe, uma vez mais, do que fala. É lastimável que com pesporrente e altiva veemência possa convencer das suas absolutas certezas e erróneas verdades históricas os desprevenidos mais jovens, a começar pelos que à sua roda a adulam. O pior é que CFA é uma jornalista veterana e prestigiada. 

CFA alguma vez ouviu falar de José Carlos Marques ou de Afonso Cautela?
Todos comunistófilos? Querem ver que, por exemplo, Gonçalo Ribeiro Teles estava sovietizado e ninguém sabia? Quem lhe disse que as pessoas tinham vergonha? Anos 80? Associações clandestinas?
Leia, Maria Clara, estude! «Fui uma das primeiras»? Enxergue-se, deixe-se de cagança, seja rigorosa.

PS
Teria ficado muito bem a CFA, nesta recomendação natalícia de livros, que informasse o espectadores de que o autor de "Sentir & Saber - A caminho da consciência" é um dos seus amigos mais próximos.* Ficou-lhe muito mal que não nos informasse disso. Coisas destas usam denominar-se de putedo. Putedo fino.

* Na fotografia, João Matos [1993] à esquerda da mãe. «Quero também agradecer ao António e à Anna Damásio  foram sempre ao longo destes anos uma enorme presença na minha vida» - CFA, 03.Dez.2015 
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Declaro por minha honra que, a despeito da trunfa anómica, nunca fui hippie, nunca me ganzei nem perfilhei catecismos leninistas ou alinhei em comunismos,  fanéricos ou crípticos.