- O que é
que dizem os seus olhos?
- Às vezes,
mentiras.
Mantenho
desde os anos 70 do século passado, quando encomendava discos à Lúcia de Abreu e livros à Marta Neves [grandes cacas alguns, enfim], um crescente fraquinho por Rita Ferro,
escritora.
Na conversa que travou sábado passado com Daniel Oliveira na SIC — "Alta definição"—, Rita Ferro não defraudou; bem pelo contrário.
Decepciona-me
a leviandade preguiçosa com que se apouca a valia de uma pessoa como ela.
E não, não
preciso de neste verbete falar de mais alguém ou de alguma coisa de que goste,
para "compensar" a altíssima recomendabilidade dos meus gostos ante leitores do
Chove que desdenhem, como eu, de escritoras como Margarida Rebelo Pinto ou, vá, Mónica
Marques.
"Veneza pode esperar".
"Veneza pode esperar".
Ia para
citar Albert Einstein, que fica sempre bem citar num blogue culto - É mais
difícil desfazer um preconceito do que um átomo. -, mas confirmo o que receava: é
muito mais fácil dinamitar um preconceito do que confirmar na internet a
autenticidade de uma citação. Quando, onde, em que obra, em que carta, a quem,
em que circunstância e de que exacto modo Einstein disse ou escreveu isso? Átomos,
então, cindo-os como quem descasca pevides.
Todavia, não
me decepciona menos a preguiça leviana com que se enaltece a mediocridade.
E assim sucessivamente.
E assim sucessivamente.