sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Espionagem, conspiração e crítica literária

«Arrisquemos outra Lei Geral extremamente falível: a paranóia é mais nociva e contraproducente precisamente nas actividades que a justificam. Póquer, espionagem, ciúmes conjugais, crítica literária: qualquer situação que exija a manutenção de um estado de vigilância e suspeita permanente sobre significados ambíguos tende a engendrar uma cultura esotérica, que resvala inevitavelmente para o logro, a duplicidade e a complexidade irrelevante.
[…]
É isto que acontece à interpretação quando a deixam sair das suas arenas inofensivas. E é também o argumento mais persuasivo para nunca deixar os críticos literários no desemprego.»
Rogério Casanova, “Uma profusão de espelhos| Público/Ípsilon, 26.Ago.2011

É que, além do mais que é muito génio vertido em gramática de primeira água, o Casanova é um grande cómico; não assimilável, em qualquer caso, à subespécie dos ganda cómicos.