sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Barack Obama analisado por David Bromwich

«Em vez de fazer campanha em poesia e governar em prosa, Obama fez campanha em Shakespeare e governa em Dan Brown.
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Quando Obama, invocando o seu Pedro Santana Lopes interior, afirma que “não podemos ganhar o futuro com o Governo do passado”, Bromwich expõe a vacuidade com duas óbvias interrogações: o que é, exactamente, um “Governo do passado”? E o que é que pode sequer significar a expressão “ganhar o futuro”?
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Como é, então, o Obama de Bromwich? A conclusão irrefutável para quem tenha acompanhado a obra acumulada é a de que é o homem errado, no momento errado, tropeçando na actividade errada.
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E parece não ter o temperamento necessário para compreender que, se uma afirmação precisa corre o risco de colidir com a vontade de alguns, uma afirmação vaga corre o risco maior de colidir com a vontade de todos. A degeneração das suas inquestionáveis faculdades retóricas é uma consequência directa desta incapacidade; nenhuma retórica sobrevive muito tempo ao desgaste de nunca querer contrariar ninguém.»