«o desemprego em massa dos ferroviários é uma hipótese real e não uma utopia linda. Embora não se preveja para amanhã um mundo feliz em que, à revelia de ecologistas, urbanistas e lunáticos em geral, cada cidadão possua viatura própria e combustível barato, não é absurdo esperar que, depois de amanhã, os avanços tecnológicos tornem anacrónica a condução de locomotivas por seres humanos e potencialmente dados à chantagem. O automatismo já vai sendo experimentado aqui e ali com notórios benefícios (já no que toca aos operadores de revisão e venda, no Porto conhecidos como picas, é provável que o estádio actual de desenvolvimento científico ainda não permita conceber a tecnologia capaz de contemplar um bilhete e furá-lo de seguida, mas lá chegaremos).»