domingo, 18 de dezembro de 2011

'Palavras-maná'

«Que se dê o nome de palavra-maná ao significante flutuante [Claude Lévi-Strauss] mostra bem como este é dotado de uma mágica substância mística.
[…]
Para Cavaco, foi a ‘modernização’, para Guterres, a ‘solidariedade’, para Sócrates, a ‘tecnologia’, para Passos Coelho, a ‘reforma’. A existência de significantes flutuantes deve-se a uma fundamental inadequação entre significantes e significados, isto é, a um excesso de significantes e a uma falta de significados. Saber tirar partido desta condição é a grande arte dos feiticeiros, dos xamãs, dos profetas.»

... Para não falar da permanente e despótica hipnose da 'mudança'.

Fazemos então uma revolução para encontrar novas combinações de linguagem.
Gonçalo M. Tavares, “Como se faz uma revolução – sobre artesanato explosivo| Notícias Magazine, 18.Dez.2011