«[…]
A situação
presente resume-se a isto: Angola não ratificará nem aplicará o AO enquanto não
houver alterações; Moçambique anunciou no ano passado que não está preparado
para ratificar e aplicar o AO; nenhum dos países africanos que ratificou o AO
fez qualquer esforço ou tomou qualquer medida para o aplicar; em Portugal (berço
da língua portuguesa) e no Brasil impera o caos ortográfico-linguístico e usa-se
uma mixórdia acordesa, enquanto no resto da CPLP se escreve PORTUGUÊS; no
Brasil, considerado por gente pouco avisada como o “motor da lusofonia”,
fala-se e escreve-se uma língua portuguesa cada vez mais distante do português
euro-africano. Não há paralelo nem precedente na história de qualquer grande
língua de cultura para esta situação difícil de qualificar.
[…]
Tendo, ademais,
o AO sido declarado ortografia deficiente e carente de revisão, logo,
provisória e já obsoleta, a sua aplicação no sistema de ensino e nas
instituições do Estado português deve cessar imediatamente, como releva
do mais elementar bom senso e com o aval e beneplácito unânimes da CPLP.»