Ontologia a abrir a manhã, na praça Syntagma?
Nada a que os atenienses não devessem estar mais habituados do que os estudantes doutras praças.
Nada a que os atenienses não devessem estar mais habituados do que os estudantes doutras praças.
«Um septuagenário disparou sobre si próprio em pleno centro de Atenas, à hora de ponta, provocando um vaga de emoção nos transeuntes, indicou a polícia.
O homem que se alvejou na cabeça na praça Syntagma, próxima do Parlamento, teria 77 anos e a sua morte foi imediata.
O macabro acto sucedeu pouco antes das 09.00 da manhã, quando os atenienses convergem para os seus empregos e se prepara a abertura das lojas.
Segundo algumas testemunhas oculares**, o idoso terá gritado que agia assim para não deixar dívidas aos filhos, uma tese*** que a polícia não confirmou oficialmente.[…]»
Também gosto muito da do velhote que, há uns 35 anos, mais minuto menos minuto, no átrio do instituto de medicina legal de Paris, respondeu ao que ia:
- Venho entregar o meu corpo à ciência.
Acto contínuo, abafando e sobrepondo-se ao «Hã?!» do porteiro atónito, tudo isto em francês, desfechou um tiro sabedor e eficaz na têmpora direita.
É altamente remota a probabilidade de que fosse canhoto.
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* Li, faz mais de 20 anos. Garanto que se sobrevive; no mínimo, 20 anos.
** Fico a congeminar sobre testemunhas não oculares.
*** A hipótese, quiçá frenológica, de que os polícias gregos têm mais queda para a filosofia do que os outros não se afigura nada negligenciável.