«[…] Estamos, sobretudo, a subverter o próprio conceito de identidade, e obrigados a desfazer-nos da narrativa** que nos diferenciou.
O PS, por seu turno, ainda não encontrou o enquadramento ideológico que forneça ao debate público um interesse sobrelevante de questões insignificantes. Seguro entrou na questiúncula provocada pelo Marcelo, que teceu, na TVI, uma teia reticular de intriga, tão ao seu gosto e estilo. E o secretário-geral socialista, em vez de resolver o berbicacho com um displicente: "Não comento o que dizem os comentadores", embrenhou-se em explicações desnecessárias. Logo o Marcelo ameaçou responder, no próximo domingo.
Que interesse tem isto para as pessoas?»
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«[…]
o dr. Seguro precisa de um milagre, os saudosistas do eng. Sócrates precisam de uma esperança, nós precisamos de paciência e o País precisa de um PS com juízo [não esquecerei tão cedo o que o Alberto Gonçalves acaba de dizer que o País precisa], por oposição a um bando de histéricos cuja abstinência aguda de poder os convenceu de que as causas da crise são o remédio da crise. Caso contrário, espera-nos o destino dos alienígenas de que descendemos.»
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«António José Seguro está reduzido a uma espécie de Mário Castrim: como não consegue lutar contra o programa da troika, dedica-se a lutar contra um programa de televisão.»
No editorial da Sábado de hoje.
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Votar como tenho, em quase todos os sufrágios desde 1975, votado no Partido Socialista [os outros, mas sobretudo o PPD/PSD, o BE, o CDS/PP e o PCP são muito piores] não me inibe de ver que, por exemplo, o Tozé Seguro é uma coisa tão má que nem pesadelo chega a ser; que o Carlos Zorrinho não presta ou que a diáfana tagarela, perdão, tagarêla, Maria de Belém Roseira não presta, perdão, prêsta. E assim sucessivamente.
Quanto ao Marcelo Rebelo de Sousa, diria que continua o rico e jorrante palhaço talentoso de sempre, em moto perpétuo, invariavelmente próximo da invertebrabilidade e do seu quase contrário.
Mas, lá está, nada nos próximos séculos podendo vir a ser pior do que o Cavaco, não hesitaria na cruzinha se tivesse de votar no pândego professor Marcelo para evitar o funesto dr. da Silva.
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* Ia para pôr “O PS vai seguro e não formoso” quando me ocorreu a alta eventualidade de que outros tivessem já glosado, por hipérbato, o clássico e célebre mote. De modos que googlei – o Google é um motor de prudência –, encontrando 6 ocorrências de vai seguro e não formoso, ainda assim bem menos do que seria de esperar. Três delas aludem ao soturno Tozé:
- em 05.Out.2009, uma tal bulimunda em comentário no blogue “A Educação do meu Umbigo”;
- em 17.Jul.2011, Alberto Gonçalves, voilà!, intitulando "Vai Seguro e não formoso" um naco da sua sumarenta prosa dominical no DN;
- em 09.Nov.2011, José António Abreu comentando comentários no “Delito de opinião”.
** Não que Baptista-Bastos não escreva bem, amiúde muito bem, e até que não diga, como na presente lauda, coisas assisadas; mas, por amor da santa, narrativa?
Ainda hoje o Nuno Azinheira, “Vitórias e esperanças”, ibidem, «[…] Ao fim de duas semanas de exibição, Ídolos mantém as características que fizeram dele um grande programa de televisão. Do ponto devista técnico, é irrepreensível: muitíssimo bem montado, segue uma narrativa bem construída […]»
Atrelam o pensamento ao psitacismo gárrulo da preguiça e depois querem que os levemos a sério. Porra que é demais! Não se importam de mudar um bocadinho a narrativa do discurso? Só para desenjoar.