«Surgiu e prosperou em Portugal uma categoria que
não existe em nenhum outro país: a do político que tem coluna de opinião nos
jornais e assento como comentador na televisão. Este prodígio de ubiquidade, naturalizado pelo hábito, está ao serviço da hipertrofia da opinião - essa "magia negra", como dizia Kraus - e da política dos 'protagonistas' (palavra fatal) que prescindiu das ideias. O político cronista e comentador segue um protocolo
de denegação da sua incompatibilidade […]»