sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Transumância entre editoras: comédia, ópera e bailado. Casos de José Saramago e de Manuel Gusmão.

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Tal coisa chamada concorrência é uma comédia teatral. Através das várias chancelas editoriais que detêm, a sobreconcentrada Porto Editora e a cada vez menos concentrada Leya encenam, no seu interior, o espectáculo da concorrência que permite salvar as aparências.
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entretanto, num palco das traseiras, quase deserto, para onde a Leya já só convoca o staff da liquidação e da limpeza, tinha lugar uma cena muito mais interessante. Essa cena não tem nada de operático, não oferece golpes editoriais que se tomam por obra de arte total. Consiste apenas num passo inesperado que é uma outra forma de arte, liberta do aparato kitsch, em torno de um lago de cisnes, do bailado editorial: Manuel Gusmão, considerado um dos maiores poetas portugueses contemporâneos, começou a reeditar os seus livros nas edições Avante.
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A canibalização da Leya pela Porto Editora é apenas o acto final de um processo em cadeia que se desenrola há alguns anos.
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