quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

«Eu bordo em volta do distante.»

«[...]
Ana Soromenho- É um optimista, portanto.
José-Augusto França- Vieira de Almeida, o professor que me ensinou a pensar, dizia: A inteligência vence. O optimismo é uma folie, mas o pessimismo uma desgraça. Não há um progresso linear. Sabemos que a História não se repete. Gagueja. Pode voltar atrás, há coincidências ou não, descobrem-se as causas e avança-se.
AS- Para um historiador, o acaso não existe?
J-AF- Já dizia o Almada: Não há um mal-entendido com as coisas. Há sempre causas para os acasos. Os acasos são uma ignorância das causas, que são múltiplas, polissémicas, e nunca lineares. Um historiador deve saber isso.
[...]» 
Como é que esta conversa não se tornou viral?
Sei: este país é mais Teresa Guilherme.
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«[...] Tinha chegado de Itália, onde vira pela primeira vez 'A Flagelação', do Piero Della Francesca, num pequeno museu em Urbino - para mim, continua a ser o grande quadro -, e escrevi um artigo no 'Comércio do Porto'. O Almada leu-o e telefonou três vezes para minha casa até me apanhar, para dizer que tinha gostado muito. Eu era um rapazinho de 25 anos e senti uma honra extraordinária. [...]»
- Idem, ibidem