«Para ficar por alguns exemplos simples, o Guia propõe utilizar "pai e mãe" em vez de "pais", "filhas e/ou filhos" em vez "filhos" e "vive só" em vez de "vive sozinho". Para irmos aos exemplos complicados, o Guia arrisca sugerir "a/o cidadã/o" em vez de "o cidadão", "A/O(s) utente(s)" em vez de "O utente" e "o/a beneficiário/a" em vez de "o beneficiário".
Se a dona Graça ganhasse à comissão mediante o uso de barras e parêntesis, a coisa entendia-se. Mas suspeito que a senhora, à semelhança dos primitivos, apenas se convenceu de que as palavras convocam a realidade desejada. E se não convocarem, não importa, que em tempos amalucados a realidade irrompe à força: na segunda-feira, a Comissão Europeia anunciou querer fixar quotas para as mulheres nas administrações das empresas. Em qualquer dos casos, comprova-se que a Grécia é o caminho a seguir, primeiro na economia, depois no combate à discriminação e, um belo dia, na língua. A nossa já roça o incompreensível.»