quinta-feira, 22 de março de 2012

Por caridade

Arménio Carlos, electricista da Carris, cujo discurso não me suscita um pingo de admiração [a propósito, tiquetagem actualizada], continua a dizer e a repetir - tal como seguramente escreve - precaridade. [Às 20:07 de hoje]
Estou convencido de que não tardará que algum letrado do Comité Central lhe aplique um caridoso e solidário torque de gramática para que na próxima vez, se não for antes, já possa dizer, resgatando o orgulho do povo culto que o admira e dos habituais 3 milhões de holográficos* trabalhadores e trabalhadoras que fazem a glória da CGTP e enchem de substância o êxito do substantivo "greve". O êxito do adjectivo "geral" garante-o a malta filiada em sindicatos comunistas, com mais de 15 anos no quadro permanente das empresas públicas de transporte; malta briosa e lutadora que, bem vistas as coisas, nunca perde muito quando pára a carroça e pouco mais perde quando a carroça pára.
Tudo isto dá, somado,
uma vida de eterna feliciedade,
sendo aí que, bem rimado,
acaba de vez a precariedade.
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* Quando, pelas 21:15 na RTP Informação, a Cristina Esteves [por quem sinto um fraco, mas isso não é para dizer] insistia com o secretário-geral da CGTP para que informasse - sim ou não - se a greve geral de hoje teria tido o sucesso das greves gerais anteriores, os tais três milhões de aderentes em 24.Nov.2010, e mais de três milhões na greve geral de 24.Nov.2011, Arménio Carlos lá foi debitando, sem se rir nem corar de vergonha: ... ainda não temos os dados finais apurados mas sim, os números da greve geral de hoje são dessa mesma ordem de grandeza ...
Que confiança pode oferecer gente deste jaez?