domingo, 27 de julho de 2014

Clara Ferreira Alves, perigo tóxico [2]

A TAP escreveu ao Expresso — "A carta da semana", 26.Jul.2014 — em desagravo da crónica canalha e criminosa de Clara Ferreira Alves [CFA] publicada na edição da Revista do sábado anterior, 19.Jul.2014.
A "Nota de autor" com que CFA argumenta extensa, pormenorizada e fundadamente as razões que a conduziram à proclamada convicção de que é perigoso voar na TAP  constitui um paradigma de jornalismo exigente, sério e honesto. Somos mesmo levados a crer em que só por falta de espaço a autojustificação de CFA não foi ainda mais contundente. «Estamos esclarecidos».

Mas a TAP não sai da agenda atrabiliária de CFA. Nem — amor se calhar é isto — CFA da minha…

Sexta-feira, 25.Jul.2014, 23:05, Canal Q, edição 92 de "O que fica do que passa":
Luís Gouveia Monteiro- O que é que fica da semana que passou, Clara?… 
CFA- Uma pequena nota: a decadência da TAP, os escândalos sucessivos de adiamentos, desculpas… Uma administração que se mantém há 14 anos no cargo — catorze anos! [CFA repete  e soletra com indignada veemência cada sílaba dos 14 anos; imagino como ela nos advertirá de si mesma — Já ando por cá há 58 anos, cinquenta e oito!!!…], completamente opaca [atentai, gente: a opacidade começa a estar na moda; o tal "medialecto"…]. Raramente se sabe como é que a TAP é gerida, por que é que é gerida. De um lado temos os pilotos, do outro lado temos os trabalhadores da manutenção que dizem que neste momento as condições de manutenção da TAP não são as melhores. Temos um negócio de manutenção no Brasil que nem se sabe o que se passou … Tem sido, tem sugado todo o dinheiro da TAP. Há quem diga, há quem acuse a TAP de estar a aumentar rotas sem ter aviões e sem ter pessoal técnico, incluindo os pilotos, evidentemente porque quer privatizar e portanto quer, como se diz, "embelezar a noiva" — foi uma das acusações da Comissão de Trabalhadores — e há quem diga que pura e simplesmente o que se quer é desvalorizar a TAP para o negócio da privatização ficar mais apetecível. O que é certo é que companhias sérias e companhias competentes, como a Emirates ou a Lufthansa*, que demonstraram — para não falar no grupo British Airways e Iberia —, que demonstraram interesse na TAP deixaram de o demonstrar. Não sabemos o que é que aconteceu nesse semiprocesso de privatização adiado, que era a venda a Efromovich. A TAP tá-se a tornar uma companhia brasileira e africana ! Em vez de ser uma companhia europeia portuguesa boa! Está na altura de percebermos o que se passa na TAP. 

Entretanto, na grande entrevista ao DN/Dinheiro Vivo de sábado, 26.Jul.2014, "Pais do Amaral - O objectivo não é comprar a TAP para vender daqui a três anos" — por mais que não seja, os mui judicativos e capitosos considerandos sobre Ricardo Salgado e Marcelo Rebelo de Sousa valem o tempo gasto a lê-la —, diz a dado momento Miguel Pais do Amaral, conde de Alferrarede e dono de muita coisa, a propósito do seu "chegar-se à frente" para a compra de 100% da TAP:
«a nossa plataforma estratégica é simples: manter a estratégia da empresa, que tem sido de crescimento prudente e sustentável; manter a gestão da empresa, pois achamos que o presidente da TAP, Fernando Pinto, tem feito um bom trabalho e tem anos à frente para continuar a fazê-lo.**»
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* CFA insiste na seriedade da Emirates e da Lufthansa em contraponto com a insegurança, bandalheira e desgoverno — diz ela — da TAP. [Crónica de 19.Jul.2014: «companhias sérias como a Emirates, a Lufthansa e outras»]
É por isso hora de contar:
"Os aviões das 10h10".

** Acho que Pais do Amaral está, quanto a Fernando Pinto, a comprometer-se numa enorme e perigosa imprudência. Afigura-se no mínimo irresponsável que ignore os "efeitos entrópicos do tempo na boa gestão continuada das companhias". Se 10 anos é muito tempo, que dizer de 14? Se 14 configuram obscenidade, como pode, no seu perfeito juízo, admitir que FP ainda «tem anos à frente»?
Mal ides, Dom Miguel Maria, se vos não aconselhardes, quanto à gestão, com dona Clara Ferreira Alves. Mal ides. 

***  Vá lá, Clarinha, atreva-se, meta-se com a Lufthansa, difame-a, achincalhe-a, chame-lhe perigosa, decadente, africana, brasileira.