«[…]
Por mim não tenho dúvidas. Sampaio da Nóvoa não vai cruzar os
braços e vai ser o nosso futuro presidente da República. A minha mulher diria
"Deus o proteja", mas eu, que não sou religioso,
limito-me a pensar que vai ser eleito, como é tão necessário para Portugal.»
Desde
a conversa com António José Teixeira na SIC Notícias, em 25.Jun.2011, passando
pelo notável discurso no Centro Cultural de Belém, em 10.Jun.2012 [entre os três ou quatro melhores dos últimos 40 "discursos do 10 de
Junho", a par — não o esquecerei — do de Jorge de Sena em 1977, na Guarda],
que ando de olho no doutor António Sampaio da Nóvoa.
Tudo ouvido, tudo visto, que acho hoje de Sampaio da Nóvoa, na sua eterna barba de cinco dias?
Custa-me
dizê-lo, tanto mais que se perfila para suceder, eleito pelo discernimento
popular, ao insuperável penoso bípede que temos no palácio desde 2006: Sampaio
da Nóvoa afigura-se-me um prolixo cagão culto, com um pensamento helicoidal aparentemente blindado à dúvida e à incerteza humanas.
Ná..., não me convence a aceleração com que afirma tudo.
Ná..., não me convence a aceleração com que afirma tudo.
Ainda há dias [i de 02.Mai.2015], Ana Sá Lopes quis saber:
«- É
católico?»
Esperar-se-ia,
para uma pergunta simples de duas palavras, uma resposta simples de no máximo, vá lá, até quatro palavras considerando a pontuação, do tipo «Não.», «Sim, sou.», «Não sou.», etc.
Pois que respondeu o adivinhável futuro presidente de Portugal, país eminentemente católico, e decerto tendo isso em conta?
«Eu tinha
uma relação profundíssima com a minha mãe. Já uma vez respondi assim: “Não sei
responder a essa pergunta, mas a minha mãe é capaz de responder por mim.” Se
ela estivesse cá para responder, seria capaz de responder melhor do que eu sou
capaz. Tenho uma dimensão espiritual, religiosa, muito forte na minha vida,
mas, como muitos de nós, sou-o à minha maneira. Ainda ontem, depois do anúncio
da candidatura, a primeira pessoa a quem falei foi ao prior de Oeiras, que é
uma pessoa por quem tenho uma consideração enorme, uma amizade enorme.»
95 palavras, pontuação excluída.*
95 palavras, pontuação excluída.*
«- Mas não consegue dizer que é católico?
- Não, não consigo dizer.»
Temos assim que a nóvoa dinâmica de mudança propugnada pelo brilhante académico nos 43 minutos [SIC Notícias, 30.Abr.2015] de conversa com a óptima Ana Lourenço, no dia seguinte ao da apresentação da sua candidatura**, não autoriza a quem se propõe imprimi-la respostas singelas e limpas a perguntas como:
-
Prefere Super Bock?
- É
contra o Acordo Ortográfico?
- Come a pele da alheira?
- Come a pele da alheira?
Já os religiosos dois, por ora, clips oficiais de candidatura têm uma música de fundo que mais soa a névoa merdíflua do que propriamente a incitamento. Antes o Rão Kyao...
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* O quê?, foi verificar a minha contagem, leitor desconfiado!? OK, são 96; em rigor, cerca de 94.
* O quê?, foi verificar a minha contagem, leitor desconfiado!? OK, são 96; em rigor, cerca de 94.
** Aqui, o texto na íntegra, com itálicos em
pose, para quem prefira ler ou não entenda língua gestual.