quarta-feira, 6 de maio de 2015

TAP a um passinho da solução

Vale sempre a pena ouvir o comandante Hélder Santinhos, humanista, príncipe das letras e arcanjo do Bem, nem que seja por apenas 18 minutos:
«[…]
No nosso entender, mais importante que os númaros dos voos cancelados são as pessoas. A TAP preocupa-se muito com os númaros, nós preocupamo-nos com as pessoas.
[…]
É assim … Esses númaros acabam por ser muito adulterados pela forma de contabilização da TAP, quer seja porque há númaros que... 
[…]
Esta greve no fundo é o colorário de uma gestão ruinosa.
[…]»

Nada serena tanto como a lucidez e a boa gramática. Obrigado, comandante!
Só é pena que o nosso asado sindicalista não domine ainda o uso da tmese na conjugação pronominal reflexa do condicional de "permitir", "garantir" e que tais.  Quando dominar, livrará-nos de vez, pelos séculos dos séculos, do receio de qualquer risco que uma greve possa constituir. Isto, bem entendido, sem nunca perder de vista a complexidade dos grandes númaros. A prudência é a mãe da glória.

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«Um cavalheiro americano com quem falei num voo da TAP de Nova Iorque para Lisboa *, especialista de aeronáutica e dono de empresas internacionais do sector, gabou o esforço de Fernando Pinto na penúria, e acrescentou que os pilotos portugueses são dos melhores do mundo mas que a companhia precisa urgentemente de injecção de capital.»

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«Um especialista americano com quem falei e que representava um grupo interessado, capitais estrangeiros, era de opinião que o Estado deveria manter 51% da TAP, como companhia de interesse nacional. Estamos a falar de um capitalista americano que fez fortuna na aeronáutica.»

Bem que a doutora Clara poderia fazer-nos agora um favor, aliás, um enorme favor ao país. Aposto em como ficou com o número do tal cavalheiro  [ups, não era isto!]. Peça-lhe se pode vir cá com urgência — também pode ser pelo skype — dar uns bitaites à rapaziada do SPAC. Se não for esse especialista capitalista [bolas, também não era isto!] a ajudar, quem mais poderá socorrer os nossos pilotos no naufrágio do seu juízo?
Vá lá, Clarinha [não tá gira?], seja patriota.
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* Lembram-se? Foi quando, dois parágrafos atrás, Clara Ferreira Alves acabara de, informar que «Para voar de um continente para o outro, há muito que deixei de usar a TAP».