domingo, 19 de fevereiro de 2012

Efeitos secundários de viver

Passei ontem 4 horas e meia, sem me levantar do sofá nem mudar da CNN, nas exéquias de Whitney Houston.
Pela enésima vez neste fadário de descrença, espanto e deslumbramento, voltei a sentir que há:
- uma aparente diferença entre estar vivo e estar morto, ser vivo e estar morto, estar vivo e ser morto, ser vivo e ser morto, etc.;
- uma óbvia diferença entre ter fé e não tê-la, etc.
[Para FAQ sobre a matéria, favor dirigir-se a
este guichê.]

Apreciei muito a Alicia Keys e, não tanto mas não menos,
a persistência indiscreta do debrum da sua lingerie. As lágrimas e o preto ficam-lhe a matar. “Send me an angel”, a Alicia é linda.
Também gostei de conhecer a
família Winans.
O pastor Marvin canta, o pastor Marvin toca, o pastor Marvin
fala. Este pastor é um eyjafjallajökull.

Enfim, mais uma prova de que na América é tudo em grande. Só estranho como ainda não usam caixões a motor.
Let the church say amen. Seja.
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A propósito…
Oração fúnebre
Imagino o íntimo gozo, levemente sádico – gerundial, parentético, travessonado, pontovirgúlico e apneico - do velho doutor Kotter, a desafiar semanalmente à descodificação do genoma sintáctico do primeiro parágrafo os leitores fiéis dos seus defuntos.
Confesso que me estimula. Venha de lá o morto seguinte!