Gosto muito de adeus e não gosto menos de ciao. Ciao, então, dito em italiano é uma coisa linda de se ouvir e de uma pessoa se deixar desfalecer quando vindo de uma mulher bonita, italiana de preferência.
Todavia - não sei porquê, mas não será por isso -, embirro especialmente, mas confino-me na boa educação, sempre que se despedem de mim com «Adeus, ciao.», juntos, que é como se despedem uns dos outros cerca de 97,3 % dos portugueses de escolaridade mínima, média, média-alta e superior. 85,5 % deles precedem o «Adeus, ciao.» do inefável e misterioso «Então vá.».
Mas a coisa piora mil vezes quando a miudagem bem adestrada, no call center, ao fim de 20 minutos de interlocução a tratar-nos daquelas complicações que sucedem a qualquer um, com vários hiatos de «Obrigado, senhor Costa, por continuar em linha.» de permeio, está a complicação finalmente descomplicada, nos inquire «Posso ser-lhe útil em mais alguma coisa, senhor Costa?», o Costa responde «Não, obrigado, foi muito prestável e gentil.», e eles «Nesse caso, muito obrigado por nos ter contactado e até já!». Aqui, o Costa sente-se no mínimo intimidado; claro que me sinto intimidado, e desligo.
Por isso, exare-se para a acta que o «Até já.» é das coisas mais encanitantes e ameaçadoras que a TMN, que usa desde 2005 o “Até já.” em todos os momentos de comunicação da marca, pode dizer aos seus clientes.
Tenho dito, ciao.