em duas palavras, adoro figos.
Um dos maiores desastres que sofri, contando os de amores acabados e o da eleição do professor Aníbal Cavaco Silva para todos os papéis públicos que vem representando, foi o do fim do Nestum de figos. Nunca me refarei inteiramente dele nem, por mais anos que viva, hei-de perdoar à Nestlé – e se a Nestlé morrer antes de mim é muito bem feito - a nefanda malfeitoria de, em 2008, ter descontinuado* a produção e a venda, em Portugal, da ambrosia que fora, em todos e cada dia dos 25 anos precedentes, o meu pequeno-almoço de Nestum de figos com leite.
É por isso que fiquei visceralmente embevecido com a crónica de ontem da Fernanda Câncio, a quem daqui mando um beijinho lampo e um abraço sicossolidário.
«Numa nação em que chamou-lhe um figo equivale a dizer devorou-o sem cerimónias ou precipitou-se sobre, evidenciando o carácter irresistível, irrecusável, do fruto […], até parece que ninguém chama um figo aos figos. Chamem-nos então parvos: é que somos mesmo.»
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* O Plúvio escreveu descontinuado? Os deuses lhe perdoem.